quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Guilin e Longji

Em viagem, Asia 2012-13/Semana 5

 

A próxima etapa na minha viagem seriam os arrozais de Longji, conhecidos internacionalmente pelo nome "Dragon backbone rice terraces".

Na impossibilidade de seguir directamente a partir de Yangshuo acabei por passar 1 dia em Guilin.

Muita gente acaba por passar aqui uns dias mas sinceramente é tempo perdido. A cidade tem a sua piada e alguns montes de formação rochosas mas em comparação com Yangshuo é muito menos interessante. Para além disso parar ter vistas decentes é necessário entrar em parques e o preço dos bilhetes é completamente desproporcionado. Em Yangshuo o efeito visual é incomparavelmente mais bonito e as melhores vistas custam apenas o aluguer de uma bicicleta.

De qualquer modo é um bom sitio para quem não quer fazer muito e, nesse caso, recomendo estadia na guesthouse River Side.

 

 

A partida para arrozais fez-se na manha seguinte num mini bus que sai da estação de comboios para Dazhai, parando em He Ping compra do bilhete de acesso. Sim, welcome to China onde absolutamente tudo se paga...

Despejado em Dazhai, à entrada dos arrozais que é uma área enorme, eu e uns 4 casais olhavamos em redor com uma expressão de "now what?". A informação dos guias de viagem é muito parca em relação a este lugar.

Bem, pelo menos tinha reservado um quarto numa guesthouse em Tiao Tou e juntamente com um casal Espanhol/Colombiano fiz a caminhada de 40 minutos montanha acima tendo um primeiro contacto com os arrozais.

Uma vez estabelecido e almoçado e super-simpática e prestavel dona da guesthouse desenhou-me um mapa com os caminhos e principais miradouros que, de modo a facilitar a comunicação dos locais com os visitantes, convenientemente estão numerados como "point number 1, 2 and 3".

Nessa tarde uma caminhada de 3h de Tiao Tou para o point #1 e #3 onde o por do sol é mais bonito. Na manhã seguinte, nascer do sol no point #1 e visita ao #2.

Depois do pequeno almoço, caminhada de umas 4h até Ping An.

As vistas de qualquer ponto em redor de Tiao Tou são verdadeiramente extraordinárias. É possivel constatar que todas as montanhas em redor foram recortadas em forma de terraços de plantação de arroz. Esta não foi, contudo, a melhor altura do ano para os visitar pois foi logo após a colheita e os terraços estavam algo despidos.

Mas estes terraços são conhecidos por oferecerem diferentes panoramas durante as várias estações do ano. Durante a estação das chuvas estão cobertos de água tornando-se espelhos que refletem o céu e as montanhas, na primavera o verde resplandecente, antes da colheita reluzem em dourado e durante o inverno ficam brancos com a cor da neve.

 

 

O trekking até Ping An não é nada do outro mundo - isto se o compararmos com as vistas em redor de TiaoTou - mas atravessa algumas paisagens dignas de serem vistas e cruza ainda uma aldeia da étnia Miao.

Já chegados a Ping An voltamos a ter 2 ou 3 miradouros de onde se presenciam belos cenários. A partir de um deles, dizem que os montes e arrozais se assemelham às costas serpenteantes de 9 dragões. Daí o nome "Dragon Backbone". É bonito, de facto, mas é preciso ter a imaginação um pouco apurada para lá chegar, digo eu...

 

 

De Ping An apanhamos o último autocarro de regresso a Guilin.

 

Algumas dicas:

Ping An é muito mais turistica que Tiao Tou. Proliferam guesthouses, restaurantes e o destino das tours de um dia.

Para potenciais interessados em fazer esta visita, que aliás recomendo vivamente, aconselho a fazer o mesmo trajecto que eu fiz. Apesar de um pouco desnorteado à partida, revelou-se ser a melhor forma de apreciar os Longji TiTian.

Para os que tenham menos tempo recomendo de qualquer forma pernoitar em Tiao Tou mas, em vez de fazer o percurso até Ping An, apanhar o primeiro autocarro de DaZhai para Guilin.

Tiao Tou fica em plena montanha do lado de Dazhai, não havendo qualquer transporte até lá, é apenas acessivel a pé. Pernoitar em DaZhai não tem qualquer vantagem uma vez que fica na base da montanha e mais afastada dos pontos de interesse.

A guesthouse em que fiquei chama-se Jīntián, a dona é a pessoa mais simpatica deste mundo e ligando antecipadamente pode dar uma preciosa ajuda quanto ao transporte desde Guilin. Contudo, em Tiao Tou, há diversas alternativas equivalentes.

O preço de um quarto é cerca de 100 RMB e o bilhete de acesso são 80 RMB.

 

Guiin, Yangshuo e a área de Longji TiTian ficam localizados na provincia de Guanxi, na China.

 

 

Yangshuo

Em viagem, Asia 2012-13/Semana 4

 

Deixei Hong Kong em direcção ao Sul da China com um misto de saudade dos lugares que deixava pra trás, incerteza pois previa mais dificuldades do que nas grandes cidades onde tinha estado até então e excitação pois ia ao encontro dos lugares que estavam no meu imaginário.

Fazer o Sul da China de Este para Oeste acabou por se revelar uma viagem fantástica, sem nunca defraudar as espectativas e sem difuculdades relevantes, de modo que apenas o sentimento de excitação permaneceria à medida que a viagem decorria.

 

Em Hong Kong apanhei o metro até à fronteira com a mainland China. Aí, depois de passar as formalidades fronteiriças, estaria imediatamente em Shengzen. Dois minutos de caminhada à frente e encontrei a enorme estação de autocarros e não menos enorme estação de comboios de onde parti no comboio nocturno para Guilin.

Seria a minha terceira viagem nocturna de comboio. Para quem quer evitar os aviões, viajar em “sleeper class” é sem duvida uma excelente forma de enfrentar longas distancias.

 

Cheguei a Guilin de manhã cedo, sendo que a minha intenção era seguir imediatamente para Yangshuo. Acabei por fazê-lo numa espécide de tour que combina a maior parte da distancia de autocarro com percursos de barco nas partes mais bonitas do rio Yulong.

Se o percurso de barco é absolutamente magnifico, o trajecto de autocarro também atravessa lugares extramemente bonitos já que à medida que nos aproximamos de Yangshuo a densidade de montes em redor aumenta exponencialmente.

 

 

À partida para a minha viagem, se tivesse que escolher apenas um local a visitar na China, Yangshuo seria a minha escolha.

Receei que as expectativas estivessem demasiado elevadas e que por isso não fossem alcançadas mas isso nunca aconteceu.

 

O centro da pequena cidade de Yanshuo é extremamente movimentado, particularmente a West Street, especialmente por turistas Chineses e em feriados e fins de semana.

Sendo assim é uma zona onde é muito fácil encontrar bons e diferentes tipos de locais para comer, beber um copo ou fazer as compras necessárias do dia a dia mas no que diz respeito a estadia e passeios recomenda-se uma certa distância.

Uns 4 dias não foram muito tempo para explorar a zona. Para além do dia da vinda e passeios de barco, outro com pequenas caminhadas e algum relaxe imposto por chuva intensa, 2 dias foram dedicados a explorar a envolvente de bicicleta.

Escolhi seguir as margens dos rios Yi e Yulong com alguns desvios aqui e ali. À medida que nos afastamos do centro a concentração de turistas diminui gradualmente e em alguns trajectos é possivel ter apenas a companhia do rio de das deslumbrantes montanhas em redor.

 

 

Algumas Dicas:

Para quem viajar “on a budget” mas com exigencia de um certo conforto a Senior Leader Youth Hostel é uma boa opção. Paguei 100 RMB com o cartão da YHA, o aluguer de bicicletas é muito barato e fica numa rua calma pertissimo do centro. O staff é bastante prestável.

A parte do rio considerada mais bonita para fazer de barco é entre YiangDi e XinPing. Em alternativa à tour que fiz de autocarro + barco, a opção DIY (do it yourself) e de melhor aproveitar a região será ir de autocarro de Guilin até XinPing, pernoitar e explorar a envolvente e só depois seguir para Yangshuo. Era o que eu faria se tivesse tido mais informação à partida...

 

 

 

Hospitalidade Chinesa

Em viagem, Asia 2012-13/Semana 5

A minha viagem despoletou-se mais rapidamente do que eu esperava e iniciou-se logo a seguir a um projecto em Timor de modo que não tive tempo de fazer grandes preparações.
Na China acabei por me guiar por “pins” que fui colocando no mapa nos ultimos anos sempre que via imagens de um sitio que me encantasse e seguir um rascunho de percurso que tinha elaborado meses antes quando estava no processo de decisão se havia de largar tudo e embarcar nesta aventura ou não.
ZhangJiaJie vinha a seguir. Ainda pensei duas vezes pois o trajecto ia ser um pouco penoso mas dois tipos que conheci em YangShuo vinham de lá e disseram-me “definitivamente tens de lá ir”. E assim, bem mandado que sou, fiz-me ao caminho.

A primeira parte do trajecto implicava ir de comboio até LiouZhou. Estando a zero sobre o meu próximo destino, “no caminho preparo-me melhor pondo a leitura do Lonely Planet em dia” pensei. Mas encontrado o meu lugar no comboio sento-me ao lado de uma jovem super simpática que ficou excitadissima por me ver. “És o primeiro estrangeiro com quem me cruzo no comboio” disse-me ela. Depois das perguntas iniciais da praxe a conversa foi sempre desenrolando. Fez questão de me ir ensinando uma série de novas palavras em Chinês e oferecer fruta continuamente. As 3 ou 4 horas passaram a correr. Sendo que ia a LiouZhou para visitar o namorado durante o fim de semana, acabei convidado para o casamento que, em principio, acontecerá no próximo ano. Aliás, eu é que me fiz de convidado mas a excitação foi tão grande que foi como se ela é que me tivesse convidado: “A sério? Queres ir ao meu casamento? Fico muito contente!”.

O segundo comboio ligaria LiouZhou a ZhangJiaJie durante a noite. Tendo bilhete de hard sleeper, partilharia o compartimento com 5 outros beliches.
Desta vez, os meus companheiros de viagem já tinham uma idade mais avançada e niveis de inglês muito inferiores mas a excitação não foi menor.
Num mix de Inglês com Chinês lá foi possivel ir mantendo uma comunicação.
E fazendo juz à hospitalidade Chinesa, à hora do pequeno almoço, lá fizeram questão de me atafulhar com comida. Uma espécie de pão muito compacto e sabor intenso e carne em conserva não é o meu ideal de pequeno almoço, mas aceitei com gratidão.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sabaidii

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 12

De entre todas as linguas que conheço, Sabaidii é a forma de “Olá” que melhor soa aos meus ouvidos. E por isso, enquanto estou no Laos, gosto de a distribuir por todos os locais com quem me cruzo. E a melhor parte é que em 99% dos casos obtenho um Sabaidii de volta com um sorriso. Às vezes timido, outras vezes rasgado, mas sempre sincero.

Hoje, em Nong Khiaw, decidi alugar uma bicicleta e explorar alguns caminhos em redor desta povoação circundada por paisagens deslumbrantes.

Durante todo o dia atravessei diversas aldeias. A pacatez que geralmente se fazia sentir era sempre interrompida por crianças a correr na minha direcção saudando-me com diversos Sabaidii’s.


Numa outra a agitação era bem maior. Esta ficava mais recuada em relação à estrada em terra batida e junto à entrada, homens e mulheres ocupavam-se com os seus afazeres. Eu espreitava à distancia com curiosidade ao mesmo tempo que tentava perceber qual o nome da localidade escrito numa placa, acabando por não passar despercebido. Prontamente me fizeram sinal para me aproximar, o que fiz, e me deram as boas vindas oferecendo 2 shots de Lao Lao (aguardente de arroz) que tive de beber não fosse eu passar por mal agradecido.
Tendo em conta que o dia ainda ia curto, foi uma sorte serem 2 e não 4 copos, como é tradição com outras etnias!


Mas o momento alto aconteceu a poucos quilometros da partida. Encontrava a primeira aldeia, à saida da qual encontro uma escola. Ainda me estou a aproximar quando ouço “Sabaidii, Sabaidii” e vejo duas pequenotas a correr na minha direcção.
O número de crianças aumentaria progressivamente e três minutos depois já era superior a uma dezena. Muitos sorrisos, Sabaidiis de parte a parte e risos e excitação ao verem as fotos que acabava de lhes tirar.
Geralmente as saudações aos “farangs” (estrangeiros) são calorosas mas respeitosas e não envolvem contacto físico pelo que resolvi cumprimentar algumas crianças com aperto de mão para diminuir essa distância. Eis que ao me debruçar para ficar mais próximo me começam a tocar na cara. Inesperado e surpreendido, nunca me tinha acontecido. Dezenas de pequenas mão tocavam-me na cara e os protagonistas riam-se deliciados.
Questionava-me o porquê desta atitude até que percebi – a barba! Não fazia a barba há uns 5 dias e barba rija é algo que geralmente os Asiáticos não têm (sortudos!).
Depois, cada um deles, correu a buscar flores para me oferecer.
Comovido voltei à minha bike para seguir viagem ao passo que eles regressariam à escola debaixo do olhar reprovador da professora, que tinha visto meia turma deixar a aula correndo em direcção à estrada.





segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Hong Kong

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 4

Se me perguntarem que atractivos me levaram a ficar quase uma semana em Hong Kong terei um pouco de dificuldade em explicar...
Os pontos turísticos que vi como as grandes avenidas e arranha-céus do centro, as vistas mafgnificas desde o topode Victoria Peak, a imensa e agitadissima zona comercial Causeway Bay, a não menos interessante zona comercial de Koloon, as vistas do outro lado do rio sobre a skyline de HK, a imagem do grande Buda mais uma vila piscatoria na ilha de Lantau não ocupariam mais de uns 2 ou 3 dias bem planeados.
Contudo, fui ficando... Em Hong-Kong interessava-me mais ter a experiência de viver lá, nem que fosse por pouco tempo. Andar à deriva pelas ruas agitadissimas da zona centro,  sentir a pulsacao de uma das cidades mundiais mais desenvolvidas e viradas para o futuro, sair à noite e experimentar as diversas, abundantes e fabulosas ofertas gastronomicas que aqui se encontram.
Foi com muita pena que deixei todos os vícios da civilização desenvolvida mas tinha de ser, lugares mais atraentes e enriquecedores esperavam por mim e o orçamento agradeceu bastante...

Macau 2

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 3

À medida que nos dirigimos para sul do centro o panorama de Macau muda bastante.
No extremo da península, lado a lado com um lago rodeado por modernos arranha-céus que antecede 2 das 3 pontes que fazem a ligação às ilhas, convive um morro verdejante com a sua capela no topo, vivendas atraentes pelo caminho e uma bela pousada na base fazem lembrar o mais belo estilo Português.
Do lado de lá, na ilha da Taipa, à medida que vou para sul, começo por ver todas os representantes das cadeias internacionais de hotéis de 5 estrelas. Ainda antes de me questionar por que motivo se estabeleceriam aqui, reparo em grandes complexos de lojas tipo Chanel e afins e outros complexos enormes, não menos sofisticados, de divertimentos e casinos.
Sigo caminho e a envolvente vai ficando mais pacata, grandes edifícios mais espacados, menos construção em altura e mais espaços verdes. Até que chego ao extremo sul, à pequena vila de Coloane, parada no tempo. Não sei se alguma vez o foi, mas parece uma vila de pescadores dada a sua localização à beira-mar, casas terreas de pequena dimensão e construção modesta. Pequenos templos budistas convivem serenamente com a pequena, simples mas de certa forma encantadora igreja católica. Penso que foi a primeira igreja que vi em que realmente me senti confortável lá dentro pois ao invés de ser um local frio, como normalmente, era bastante acolhedora. Não muito grande em altura, sem imagens de pessoas cruxificadas, em sofrimento, e pinturas simples nas paredes: o azul do céu com alguns traços brancos das nuvens.
Voltando à realidade, à partida de ferry-boat para Hong Kong, perto do cais ve-se um grande complexo de diversão, uma espécie de Portugal dos pequeninos mas em versão aumentada, com réplicas de Veneza, Pirâmides do Egipto, Water Cubede Beijing, etc. Relembra assim aquilo que Macau é hoje em dia: um parque de diversões para Chineses e Hong Kongers!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

2 Meses!

Faz hoje 2 meses que aterrei em Beijing para iniciar a vinha maior viagem ou aventura ou experiência ou descoberta pessoal ou o que lhe possa chamar.
2 meses que passaram num piscar de olhos, parece que começou ontem. Sem quase dar por isso, talvez hipnotizado pelas, felizmente, fantásticas paisagens que vi, experiências que vivi e pessoas que conheci.

Beijing, Shanghai, Tongli,  Macau, Hong Kong,  Guilin,  Yangshuo, Dragons Backbone Rice Terraces,  Zhangjiajie,  Fenghuang,  Dali, Lijiang, Shangri-la, Feilai Si, Kunming, Chiang Mai e o Loy Krathong, Mae Rim e hoje em Pai.
A continuar assim depois de amanhã já acaba e eu não quero!!!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Thailand here I come!

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 9

Logo na primeira semana na China, na visita ao Summer Palace, conheci uma rapariga Isralelita. Infelizmente a conversa nao foi muito longa pois deu-se entre o final da visita e a viagem de metro de regresso que poucas paragens depois fez com que seguissemos caminhos separados.
Mas foi uma boa conversa, ela estava a terminar uma viagem de quase 2 meses pela China e eu estava a começar a minha por igual periodo, com muitos lugares em comum mas em sentido inverso.
Disse-lhe que iria viajar durante 8 meses sobretudo pelo Sudoeste Asiatico ao que ela retorquiu: "há 2 anos também ia viajar só 9 meses no Sudoeste Asiatico e acabei por ficar 1 ano e meio ... uma vez que entras no S.A. não consegues parar!". Sorri, sinto exactamente essa atracção.

Disse-lhe que depois da China iria para a Tailandia, pelo menos para o Loy Krathong, e ela suspirou dizendo "Ai que sorte! Gostei muito da China mas a Tailandia... Sabes como é tudo é muito mais fácil, comer, comunicar, aqui às vezes é complicado. Quem me dera...".
Sorri e pensei: não é o que eu sinto agora, estou a adorar Beijing mas prevejo que daqui a um mês sinta isso. No Sul da China esperam-me lugares fantásticos mas a comunicação vai ser um grande problema e vou estar desejoso de ir para a Tailandia, até porque é um País que eu adoro.

Hoje ao final do dia voo finalmente para Chiang Mai e posso dizer que tal pensamento não me assolou. Hoje sim sinto uma excitação em regressar a um lugar onde me sinto como uma segunda casa e às temperaturas elevadas, mas até aqui não.

O sul da China foi verdadeiramente fantástico. Conheci lugares e pessoas extraordinárias. A barreira da comunicação foi sempre ultrapassada com sucesso. As pessoas são amáveis e com grande vontade de ajudar. Mesmo quando a situação está mais dificil acontece ou aparece sempre alguem que desbloqueia o problema.
A semana passada foi a que custou mais, no norte da provincia de Yunnan, devido às baixas temperaturas: -8ºC à noite, e às longas viagens de autocarro. Mas a vontade de explorar e as paisagens extraordinárias valem por qualquer sacrificio.

Fruto do acaso (ou não, quem sabe) há 2 dias quando saí do hostel em Dali em direcção a Kunming, a última paragem, reparei que teria um companheiro de viagem. Chinês, pensei, mas depois dos cumprimentos e habitual "where are you from?" fiquei a saber que "I'm from Thailand... studying in China... monday will fligh from Kunming back to Beijing" e eu "really??? Monday I will fly from Kunming to Chiang Mai, Thailand!!!".
Excelente pessoa, acabaria por ser meu room-mate em Kunming e passamos longas horas a babarmo-nos a falar da comida Tailndesa, oportunidade para eu absorver mais informação sobre a cultura so seu País e começar a treinar o meu fraquinho Tailandês. No bolso levo uma data de dicas para Chiang Mai, de onde é original a sua família.

Em Kunming agora não se está mal, a temperatura máxima é de 20ºC e a mínima cerca de 9. Mas eu confessei "I can't wait for the hot weather in Chiang Mai", onde 20ºC é a temperatura mínima!
Oficialmente a Tailandia tem 3 estações: Hot season, Rainy season e Cold Season. Mas a cold season deles é tipo Junho em Portugal...
Então perguntei "In Thailand the Cold season starts in December, right?", abanando a cabeça respondeu "We don't have Cold season. We say we have: Hot, very hot, very very hot and fucking hot!" - gargalhada geral!






sábado, 24 de novembro de 2012

Macau

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 3

A chegada a Macau revestia-se de grandes espectativas. A ex-colónia, o lugar onde a China e Portugal se cruzam, onde poderei desfrutar da minha cultura e comida no extremo oriente.

Chegado às Portas do Cerco (fronteira) e abandonado pelo autocarro que me trazia de Guangzhou fui procurar um autocarro local. Tudo orientado, sabia para onde me dirigir e que autocarro apanhar quando me deparo com a necessidade de ter a quantia exacta de 3,20 Patacas Macaenses para poder fazer a viagem. Extremamente prático para quem acabou de chegar e apenas tem notas de 100 saídas da ATM...
Chega disto, meti-me num taxi!

Macau é constituido por uma peninsula ligada ao território Chinês. A norte ficam as Portas do Cerro e a sul existem 3 pontes que ligam às ilhas de Taipa e Coloane.

Da janela do taxi, de norte para o centro, começo por ver um imenso aglomerado e edificios de 15 ou mais andares de altura. Entre eles não existe grande distância e repletos de uma espécie de marquises mas em gradw. Devem datar-se dos anos 60 possivelmente, aparentam não ter manutenção exterior desde então, tais são as marcas da corrosão e poluição...

Chegado ao centro sim vejo um série de edifícios de estilo Portugues. E claro algumas igrejas e a bela arcada/fachada das ruinas da igreja de São Paulo.
No largo do senado uma fonte com a esfera armilar, a calçada Portuguesa, as placas das ruas (em Chinês e Português) em azulejo e algumas escadarias que fazem lembrar Lisboa.
No entanto, à sua volta gravita uma multidão de gente que visita Macau ávida pelas compras, comida e jogo. E os bonitos e bem tratados edificios de arquitectura Portuguesa vivem na sombra dos horrendos, que também nós cá deixamos, e paredes meias com uma teia de casinos cheia de grandes parangonas e neons.
O mais famoso casino é o Grand Lisboa. Um mamarracho enorme e dourado em forma que árvore das patacas, sempre com filas gigantes junto às suas entradas e saídas, que vive lado a lado com o seu irmão mais velho, o Casino Lisboa.
Não me desgustou completamente este casino. Não que eu fosse lá jogar, mas sendo visivel de qualquer parte da peninsula, constitui um excelente ponto de orientação...

Como sabemos, os Chineses e os vizinhos Hong Kongers pensam essencialmente com o estomago, assim pelo centro, um pouco por todo o lado encontramos lojas de uns deliciosos biscoitos de amendoim, suponho que sejam tipicos daqui, e os popularissimos pasteis de nata.
Dirigi-me prontamente a matar saudades de um dos meus doces favoritos mas, sinceramente, até os congelados comprados no Pingo Doce são melhores que isto...
Encontramos ainda alguns restaurantes de cozinha Portuguesa, mas esses, dados os preços proibitivos para quem viaja com um orçamento apertado, não tive oportunidade de experimentar.

Rumo ao Sul

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 3

Na minha agenda a seguir a Shanghai vinha Hong Kong. Hoje, baseado nos comentários que ouvi entretanto, talvez fizesse diferente planeando paragens no West Lake e Huang Shan, a sul de Shanghai.

A compra dos bilhetes de comboio Beijing-Shanghai foi à última da hora e isso obrigou-me a adquirir os bilhetes mais caros.
Assim sendo, a primeira coisa que fiz quando cheguei a Shanghai foi dirigir-me à bilheteira para comprar os bilhetes para a próxima paragem pretendida: Hong Kong. Nem queria acreditar quando a menina do guichê me diz que estavam esgotados pelo menos para os 15 dias seguintes!
Meio desorientado com a notícia, o meu primeiro dia em Shanghai foi passado fazendo shightseeing entre buscas de pontos de venda de bilhetes, na esperança que alguma agencia tivesse bilhetes para revenda.
Quando finalmente me convenci que isso não ia acontecer decidi que tinha que mudar o plano: apanhar o comboio para Guangzhou, seguir para Macau e só mais tarde para Hong Kong.

Cheguei a Guangzhou de manhã cedo tinha de comer qualquer coisa e encontrar o autocarro para Macau.
Não seria a coisa mais fácil do mundo já que Guangzhou é uma cidade enorme, o maior entreposto de transportes do sul da China, onde poucos falam Inglês. Ou mesmo Mandarim já que a lingua dominande é o Cantonês.
Com a ajuda de uns Russos lá encontrei a estação de metro que ficava a uns bons 15 minutos da de comboios e, com a ajuda de um prestável vendedor de Iphones roubados que não falava uma palavra de Inglês (para além de Iphone), lá encontrei o Hotel em frente ao qual partem os autocarros para Ao Men (Macau).

Os autocarros saem com uma reguaridade de cerca de 30 minutos, pelo menos em pleno auge do dia, o que proporcionou que a espera fosse curta.
Pára no posto fronteiriço para que possamos "sair da China" e entrar em Macau.

Confuso mais uma vez naquele empreendimento enorme com multiplas escadas e free-shops puz em prática a estratégia do costume: seguir os chineses que vinham no autocarro.
Mas eles movem-se com muita rapidez e eu tive de me dirigir para uma das intermináveis filas para "foreigners". Acrescentar o facto que me querem revistar as mochilas à saida da China (!!!) porque no raio X viram que eu tinha livros!!!
Pois é, não fosse eu transportar algum dos titulos censurados ou politicamente sensivel. Por sorte não me confiscaram o Lonely Planet, nem todos se podem gabar do mesmo já que por vezes é um dos livros retidos por retratar a China sem... Taiwan!
Bem, passo apressado e mais uma interminavel fila para "estrangeiros" à entrada em Macau. Acrescentar que à saída do posto fronteiriço não consegui identificar onde estava o meu autocarro e quando finalmente o vi já foi tarde demais, estava de partida...






quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ainda Shanghai

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 2

O atraso com que tenho escrito no blog faz com que me esqueça de alguns pormenores.
Relativamente a Shanghai ficaram por destacar dois lugares que, a par com as vistas a partir do Bond e a comida local, constituíram as minhas experiências favoritas.
O primeiro é Xitiandi. Uma espécie de zona comercial totalmente baseada em edifícios típicos Shikumen de 2 andares. Num dos vertices  uma bela casa de chá rodeada por um pequeno lago.
Inúmeras opções de compras mas, melhor que tudo, muitas muitas opções para petiscar desde enormes buffets com toda a comida exposta onde podemos escolher tudo aquilo que os nossos olhos namoram, pequenos restaurantes, bancas de comida e street food!
O outro, melhor ainda na minha opinião, é Tianzifang!
Na retaguarda de uma das principais ruas da French Concession espalha-se um labirinto de ruas estreitas com pequenas lojas, galerias, cafés e bancas de comida. É simplesmente delicioso perdermo-nos nelas, andando à deriva.
Se lá forem, contudo, não façam como eu e evitem os fins de semana. A não ser que adoram multidões, claro...

domingo, 11 de novembro de 2012

11/11

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 6

Fiquei a saber que hoje na China é o dia dos solteiros. Data mais alusiva nao poderia haver 1 1 1 1...
Assim há festas com fartura para que os ditos cujos tenham a oportunidade de desencalhar ou pelo menos haver trocas de experiencias.
Explicaram-me ainda, muito educadamente, que, segundo os padroes tradicionais Chineses, quem com mais de 30 (o meu caso) ainda nao for casado e tiver constituido familia é considerado um 'looser'.
Ooops...

sábado, 10 de novembro de 2012

Tongli

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 2

Num raio de duas a três horas de viagem a partir de Shanghai há pelo menos uma mão cheia de cidades antigas construídas em redor de canais de água.
A minha opção recaiu sobre Tongli.
Fiz a viagem inserido num grupo de Chineses, que não falavam Inglês obviamente.
O autocarro deixou-nos a algumas ruas de distância da cidade antiga e o motorista explicou como caminhar até lá, o que a mimnao me serviu de muito na verdade. Contentei-me em conseguir confirmar a que horas seria o regresso. A partir daí é seguir os Chineses e quase só faltou espalhar migalhas pelo caminho...
Antiga por certo e reclamando o título de a Veneza da Ásia (onde é que eu já ouvi isto) merece o dia de passeio.
Pequenas casas revestidas a cimento e pintadas de branco rodeiam os canais enquanto que outras mais tradicionais e construídas em madeira se resguardam nas ruas interiores.
Oportunidade para explorar diversos jardins lindissimos, vaguear entre os canais, atravessar as inúmeras pequenas pontes, almoçar junto aos canais e provar as iguarias locais vendidas na rua. Grande destaque para uma espécie de bolachas revestidas de sesamo, feitas na hora, que infelizmente não voltei a encontrar em mais lado nenhum :-(

Shanghai

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 2

Parece que à medida que fui avançando no caminho este blog ficou cada vez mais para trás. Já a entrar na recta final e com relatos que apenas se referem à primeira semana.
Penso que a primeira razão é ter tido menos tempo livre do que previa e a segunda é tratar-se de Shanghai...
O que dizer sobre Shanghai? Sem dúvida uma cidade cosmopolita, organizada, virada para o futuro e à imagem de uma cidade europeia. São muitos mais os marcos de origem Inglesa ou Francesa do que Chinesa. Não fossem os milhões de olhos em bico que circulam à nossa volta e alguma desarrumaçao em algumas ruas seria muito fácil pensar que tínhamos sidos transportados para a Europa.
Não tendo sido isto que aqui me trouxe, não posso dizer que me tenha marcado especialmente. Ainda assim houve diversas coisas que me agradaram certamente. Em primeiro lugar a comida, dos melhores sítios para se comer na China, deliciosa, variada e bem menos gordurosa do que o normal. E menus em Inglês em todo o lado :)
Diversos cafés e bares trendy em western style. Muitas lojas, para os interessados. E uma skyline das mais bonitas em todo o mundo. Certamente das mais iconicas, com a pearl tower, rodeada dos restantes modernos edifícios, a exibir as suas cores mutantes a quem olha a partir do 'Bund', do outro lado do rio.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Durian

Tenho pensado que para me sentir um Asiático só me faltam duas coisas: saber uma língua fluentemente e gostar de durians.
Não sei qual será mais difícil...
 
O durian é a fruta fetiche dos Asiáticos. Tem um sabor estranho e um cheiro que deixa qualquer ocidental a metros de distância.
Diversos hotéis determinam a proibição da entrada do fruto nas suas instalações uma vez que o seu cheiro intenso parece entranhar-se em todo o lado.

Mas hoje, passando à porta de uma loja de sobremesas à base de durian, notava-se de resto ao passar na rua, decidi experimentar o fruto numa versão   diferente a ver se o meu palato se habitua!
Depois de umas 5 colheradas em que parecia que estava a comer algum derivado de petróleo, as minhas pupilas gustativas lá se conseguiram abstrair e começar a apreciar a dita sobremesa que, afinal de contas, até era bem boa!

Agora fiquei foi curioso sobre o meu hálito no final da experiência...

Fotos de Beijing e Arredores

Summer Palace e Grande Muralha

Em Viagem, Outubro de 2012

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 1

Foi para o último dia da minha estadia em Beijing que guardei a visita ao Summer Palace.
Arrisquei-me seriamente a perder um dos meus locais favoritos!
Era para aqui que os imperadores e concubinas se mudavam no verão quando as temperaturas na cidade proibida se tornavam tórridas.
A grande questão do meu ponto de vista é: isto é muito mais bonito, porque raio é que eles não ficavam aqui o ano todo?
A cidade proibida é um grande complexo de edifícios, zonas com corredores por vezes labirintos, uma grande massa de pedra em contraste com um bonito mas pequeno jardim, que chega a ser sinistro ou intimidatório, na minha humilde opinião.

O complexo do Palácio de Verão, na zona norte de Beijing, ocupa por uma extensão enorme semi-centrada no Palácio em si, lindíssimo e altivo, com vistas que se expraem pela cidade.
Em seu redor lagos, canais, pequenas pontes, jardins magníficos, templos e estruturas tradicionais embelezam de forma espectacular toda a área.

Em contrapartida foi logo nos primeiros dias que concretizei um dos pontos altos da minha visita à China: a ida à Grande Muralha.
Nem tinha muitas expectativas, confesso, é uma obra magnanime é certo, mas ir ver uma pequena porção dela e ainda por cima sendo aquilo que toda a gente quer ver era algo que me "põe off". Mas iria fazê-lo obviamente. E espalhar-me ao comprido também, ir a Balading a zona mais acessível, onde toda a gente vai e ainda por cima em plena Golden Week teria sorte se me conseguisse mexer e ver meia dúzia de blocos da muralha.
Mas entretanto surgiu uma lista de sugestões do amigo Filipe "tens de fazer o hiking da Grande Muralha", indicou-me inclusivamente onde marcar e tudo.
Parece-me muito bem, pensei! A caminhada de começa em Jinshanling, zona ainda com alguma procura turística mas nada que se compare com Badaling. Mas poucos são os que vão mais longe do que o primeiro quilometro ou dois.
Simatai marca o final da caminhada, 7km depois, com algumas subidas exigentes pelo meio mas sobretudo vistas espectaculares em que podemos apreciar a muralha no seu esplendor e magnificência.

Para quem quiser fica a referência: http://www.backpackingchina.com/detail.aspx?id=6
Mas atenção à altura do ano escolhida. Outubro é de facto uma das melhores pois as temperaturas são bastante agradáveis.

Para os mais intrépidos há ainda a secção de Jiankou. Nesta zona a caminhada é bem mais exigente e perigosa estando a muralha parcialmente destruída em grande extensão. Neste caso será necessário organizar transporte e durante a caminhada ser acompanhado por um guia local.



A moderna Beijing

Em Viagem, Outubro de 2012

Digo-vos, os lugares que visitei fora do centro de Beijing não deixam nada a dever aos restantes, no entanto num registo diferente.
Sanlitun, fica na parte nordeste da cidade. É talvez a zona mais cosmopolita, onde estão localizadas a maior parte das embaixadas, condomínios de luxo e zonas comerciais de marcas ocidentais. E para terem uma ideia da dimensão, a loja da adiadas, por exemplo, tem quase o tamanho do El Corte Inglês do Porto.
Assim, está área é frequentada sobretudo por expatriados ou Chineses endinheirados que frequentam as lojas, restaurantes e bares disponiveis em abundancia e para os mais diversos apetites.
Nao longe, contornando uma serie de modernos arranha-ceus, encontramos o edificio da CCTV. Uma estrutura de arquitectura arrojada, que desafia as leis da gravidade.
Vejam imagens no google: https://www.google.com/search?q=cctv+tower+beijing&hl=en&prmd=imvns&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=damPUMfGC8OzhAe4m4DYBQ&ved=0CCsQsAQ&biw=1132&bih=625
Um pouco mais distante fica o 798 Art district. Um artigo quarteirão de fábricas de equipamentos electrónicos adquiriu uma nova alma ao tornar-se a casa de diversas galerias de arte, mantendo as estruturas e seu aspecto industrial.
É um sitio muito cool, trendy e descontraido. Ninguem diria que estamos ainda em Beijing.
De galeria em galeria cruzamo-nos com arte e esculturas de rua, cafés com estilo e lojas de design.
Merece uma visita sem dúvida!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Golden Week

Em Viagem, Outubro de 2012


Dia 1 de Outubro é o dia Nacional da China e marca o inicio de uma semana de feriado neste País.
Assim sendo, os Chineses aproveitam para fazer uma semana de turismo e visitar os seus locais mais emblemáticos.
Qualquer lugar turistico na China sem excepção é inundado por concidadãos.
Beijing é dos locais mais queridos e, estando repleto de importantes simbolos nacionais, é o destino mais procurado.
Desta forma, em qualquer ponto turistico nos vemos cercados por milhares de pessoas que exibem o seu orgulho Chinês pelo entusiasmo com que se dirigem a estes lugares, quer pelas bandeiras com que acenam ou os autocolantes, com o motivo da bandeira, colados na lapela ou no rosto.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Next stop...

A viajar se aprende

Não sei se  são as horas 'mortas' de entre transportes ou as saudades de lugares que acabo de deixar (ou ambos) que me puxam mais para o sentimento e este tipo de introspecção.
Sinto que as viagens que fiz até agora (que ainda não foram assim tantas como isso) foram/são a melhor escola que tive na vida.
Muito me ajudaram, e ajudam, a perceber do que é eu realmente gosto ou não, o que realmente me preenche, o que eu quero fazer ou não, o que realmente interessa e importa. Que para alcançar algo maior geralmente é preciso abdicar de algo menor e que ter a capacidade de deixar para trás algo que alcançamos, por pequeno que seja, é muitas o maior obstáculo a seguirmos o nosso caminho.
Ensinam também, continuamente, a ser mais desenrascado, mais flexivel e adaptável, a manter a cabeça fria nos momentos determinantes, a ser mais tolerante e comprensivo. A manter a calma, a conseguir relativizar a dimensão dos problemas. Ajudam a simplificar!
A perceber que ninguem neste mundo é perfeito mas que toda a gente tem um lado bom.
Que a muitos ou poucos quilometros de distancia aqueles de quem gostamos estão sempre perto.
Que as espectativas foram feitas para serem defraudadas enquanto que ausência delas nos recompensa com experiencias incriveis.

Ensina que quanto um Chines se sentar na tua mesa, na cadeira à tua frente a olhar atentamente para ti enquanto estás a escrever este texto deves sorrir para ele e continuar o que estás a fazer... :-)

De volta à mainland

Em Viagem, Outubro de 2012

Vigésimo terceiro dia de viagem, o dia de regressar à China (mainland) depois do interregno em Macau e Hong Kong.
Para trás ficaram Beijing, Shanghai, Guangzhou (em transito), Macau e Hong Kong.
Até agora tudo muito urbano e relativamente fácil. Chegou o dia de seguir em direcção aquilo que me trouxe aqui: as paisagens do Sul.
Se bem que Beijing e Hong Kong fora duas boas surpresas e mexeram mais comigo do que imaginava. Em nenhuma delas consegui cumprir com a duração de estadia prevista, não resistindo a uma pequena extensão, que só não foi maior por já ter a saída da China pré-determinada...
Daqui para a frente as espectativas são bastante elevadas, são vários os lugares assinalados no mapa com os quais sonho há muito. Mas também os desafios serão maiores, é um percurso mais rural onde não espero encontrar muita gente que fale Inglês e em que as 'raspas' de Mandarim que eu sei não me servirão de muito.
A aventura começa agora.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Beijing - Centro

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 1

Beijing é brutal! Ouvia-me a repetir isto para mim próprio dia após dia.
Estando aqui é impossivel deixar-nos aborrecer com tanta coisa para visitar, comer e fazer.
A zona mais central está repleta de landmarks. Mas daquelas que vale a pena ver e não apenas para preencher tempo.
Muitas delas dispensam qualquer apresentação como é o caso da Cidade Proibida e praças de Tianamen e Qianmen, oficialmente o centro de Beijing e do País do Meio.
Para quem gostar do estilo, há ainda uma série de museus e o mausoleu d'O Homem, onde ele assiste embalsamado à transformação do seu comunismo num regime capitalisma. Proteccionista e vestido de ditadura mas completamente capitalista!

Daqui, em diversas direcções, extendem-se outros pontos de interesse. Para sul Dashilar - ruas comercias em grandes edificios tipicos Chineses. Para oeste Wangfujing - grandes superficies comerciais, mercadodos de bujigangas e comida onde se pode comer virtualmente tudo o que se mexa. Para norte e este os belos parques de Jingshan e Beihai que permitem do alto das suas colinas ter vistas soberbas sobre a cidade proibida e arredores.
Ainda mais para norte temos o charmoso lago de Hou Hai, ladeado de belos restaurantes que convidam a uma pausa na esplanada, sobretudo depois de percorrer a pé ou bicicleta as enormes avenidas da cidade.
Os Hutongs (ruas estreitas e labirinticas) em redor convidam a mais alguns deambulares. Assim como as Bell e Drum Towers. Mais ao lado, a rua Nanluogu Xiang, que sabe bem frequentar quer de dia quer de noite. Um hutong de cara lavada e cheio de charme onde se encontram diversos cafés, pequenos bares, bancas de comidas, sumos e sobremesas, lojinhas e ainda alguns hostels mais elegantes.
Merecem ainda visita os templos de Lama, para um contacto mais espiritual Budista, e o templo de Confucio, para uma experiencia mais zen e introspectiva.
Por entre todos estes quilometros, ruas cheias de vida, muita vida mas, ao contrário de cidades como Hanoi, Jakarta ou Bangkok, em velocidade Tai Chi!


Beijing

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 1

Aterrarei em Beijing no dia 3 de Outubro para começar oficialmente a minha tão desejada viagem.
Enfrentara 'imigração' e lidar com o sistema de transportes de Beijing foi bastante mais fácil do que eu esperava, apesar de em seguida começarem as dificuldades linguisticas. Mas não vamos voltar a esse tema apesar de ser algo com que me debata diariamente.
Cheguei em plena Golden Week, semana de feriado que segue o dia Nacional da China.
Tem tanto de bom como mau. Os Chineses aproveitam para ir para fora cá dentro e uma grande percentagem dos turistas internos prefere rumar à capital Beijing. E nós sabemos que qualquer percentagem de Chineses representa sempre muita, muita gente.
Assim, qualquer landmark ou atração turistica fica completamente a abarrotar de locais, o que não deixa de ser uma experiencia em si mesmo.
Tambem arranjar alojamento fica mais dificil, com os hoteis cheios e inflacionados.
Em compensação os 'touts' ignoram-nos e focam-se nos seus compatriotas, com bem mais oportunidades de gerarem receita do que com duas ou tres almas ocidentais...
Tambem o ar se torna muito mais respiravel devido à redução do tráfego e produção das fábricas em redor.
Descrever Beijing na generalidade é falar numa cidade enorme, inclundo os seus arredores li que tem o tamanho da Belgica, inundada de tradições milenares, edificios caracteristicos, pessoas trabalhadoras mas que vivem num ritmo muito mais brando do que em Shanghai ou Hong Kong. Apesar dos seus 16 milhoes de habitantes não se pode dizer que seja propriamente cosmopolita ou 'corrompida' pelo estilo de vida ocidental, exceptuando alguns bairros ou periferias.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Scams

Dizem que é mais fácil viajar sozinho sendo homem do que mulher. Eu não tenho tanta certeza assim. Geralmente as pessoas são mais atenciosas e proteccionistas com as raparigas ao passo que os homens ficam muito mais expostos às ofertas frequentes de: watch? Iphone? Drugs? Massage? Sex? Lady? Um classico...
E o pior é que estes oportunistas, homens e mulheres, estao por todo o lado e nao se ficam com um nao, seguindo-nos em passo apressado.

Outra abordagem frequente é ir na rua com algo na mão que comprado em algum lado e um outro vendedor do mesmo artigo vir perguntar quanto é que se pagou e oferecer um preço mais baixo. Mas se eu já comprei este para que é que quero comprar outro mesmo que seja mais barato???

Mas o scam número 1 em Shanghai, geralmente operado por miúdas bonitinhas de 20 e poucos anos e dirigido a homens, é o da cerimónia do chá. Abordam-nos na rua, duas ou mais, pedindo para lhes tirar uma foto com a sua camara, junto a um lugar turistico, e depois metem conversa. "De onde és, que fazes cá, tambem estou ca de visita, bla, bla, bla, vamos ali tomar um chá e ver a cerimonia tradicional, agora que somos amigos queres vir connosco?"
O objectivo é obviamente levar-nos a um local carissimo e obter a sua comissão. Estes grupos estão virtualmente em cada esquina do centro de Shanghai, num pequeno passeio podemos fazer 'amizade' com uma mão cheia de grupos de miúdas giras!

E a 2a língua mais ouvida é...

Se não há dúvidas que aqui só se fala Chinês, a segunda língua que mais ouço nos sítios por onde passo é o Espanhol!
Não sei se a crise por Espanha é tão grave que eles fugiram para cá ou se, pelo contrário, dá para virem paletes deles fazer turismo.
Como é  que eles, tão inatamente inabeis  para aprender línguas se desenrascam por cá onde tão pouca gente fala sequer Inglês é que é uma incógnita para mim.
A não ser que passem os seus dias nos centros comerciais de fakes e souvenirs. Aí falam qualquer coisa, desde que ajude à venda! Ouvi comerciantes a falarem Espanhol bastante bem até, e onde inclusivamente uma moça me endereçou um 'ola', 'tudo bem' e 'obrigado'. Perguntei "mas tu falas qualquer língua?", ao que respondeu "sim, o básico sim"!

Por outro lado a palavra em Inglês mais reproduzida pelos estrangeiros deve ser 'nevermind'. A uma pergunta ou pedido a um Chinês que não entenda Inglês (cerca de 99,99%) geralmente segue-se um 'nevermind'...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Beijing e a comunicação, ou falta dela

Em Viagem, Outubro de 2012

A chegada a Beijing, primeira paragem no itinerário , foi bastante 'smooth'. Sem problemas na fronteira e um sistema de transportes, comboio e metro, muito pratico de se chegar ao centro da cidade.
Estava tudo bem encaminhado, portanto, nao fosse eu chegar ao hotel, ainda de manha bastante cedo para deixar as coisas e confirmar a reserva, e para alem de ninguem falar inglês, nada de reserva e hotel cheio.
Que bom, pensei eu, todo o trabalho que tive para encontrar um sitio a bom preço e bem localizado por agua abaixo... E em plena Golden Week, a semana de feriado do dia Nacional da China, em que Beijing se enche de turistas nacionais. Aliás já começa a ser tradiçao, já há um ano chegava a Jakarta para iniciar uma viagem pela Indonésia e o hotel que eu tinha marcado nem existia...
Deparei-me assim com o viria a confirmar-se o principal obstaculo em Beijing: a comunicaçao! Por muito que viesse avisado nunca esperei que 99,99% nao falassem uma palavra de ingles! Mesmo os mais jovens!
No entanto para tudo se arranja solucao e, depois de uns 5 ou 10 minutos de Ingles para lá e Mandarim para cá a moça da recepção lá ligou para alguém que falava Ingles. Telefone de um lado para o outro entre traduções e lá se resolveu o problema.
O mesmo filme para comprar um sim card, para o telemovel, que tivesse internet. Para esclarecer tarifários, durações, etc... Tradutor online de um lado para o outro...
Para comer nos restaurantes mais locais idem, limito-me a apontar para o que (acho que) quero e sorrio abanando a cabeça quando continuam a falar para mim como se eu percebesse Mandarim perfeitamente...
'Residentes' em Beijing há mais tempo recomendaram-me umas apps para telemovel em que se fala numa lingua e a app reproduz a tradução na outra.
Mas quê, ia eu perder toda esta diversão??? Naaaaa....

Ultimo pequeno almoco em Beijing

domingo, 7 de outubro de 2012

De volta ao que interessa :)

Faz amanha uma semana que saí de Timor pela quarta vez, para dar inicio à minha grande viagem do Oriente.
Viagem a começar no centro do centro do mundo: Tianamen, centro da capital Beijing, em Zhong Guo. O País do meio/centro, a que os ocidentais vulgarmente chamam China...

Como disse, foi a quarta vez, e a muito custo de deixar tudo o que aí vi e conheci, que saí de Timor Leste. Mas este blog ainda não conheceu qualquer história desde que lá aterrei a primeira vez, há cerca de ano e meio atrás.
Isso significa que, reactivar este blog significa ter de escrever nas duas direcções: as novas histórias que vão acontecendo e as memórias que ainda permanecem do último ano e meio.

Uma tarefa duplamente dificil numa Beijing que me absorve demasiado para ter tempo de escrever o que quer que seja.
Vou tentar, até breve!
Zai jian!