terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sabaidii

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 12

De entre todas as linguas que conheço, Sabaidii é a forma de “Olá” que melhor soa aos meus ouvidos. E por isso, enquanto estou no Laos, gosto de a distribuir por todos os locais com quem me cruzo. E a melhor parte é que em 99% dos casos obtenho um Sabaidii de volta com um sorriso. Às vezes timido, outras vezes rasgado, mas sempre sincero.

Hoje, em Nong Khiaw, decidi alugar uma bicicleta e explorar alguns caminhos em redor desta povoação circundada por paisagens deslumbrantes.

Durante todo o dia atravessei diversas aldeias. A pacatez que geralmente se fazia sentir era sempre interrompida por crianças a correr na minha direcção saudando-me com diversos Sabaidii’s.


Numa outra a agitação era bem maior. Esta ficava mais recuada em relação à estrada em terra batida e junto à entrada, homens e mulheres ocupavam-se com os seus afazeres. Eu espreitava à distancia com curiosidade ao mesmo tempo que tentava perceber qual o nome da localidade escrito numa placa, acabando por não passar despercebido. Prontamente me fizeram sinal para me aproximar, o que fiz, e me deram as boas vindas oferecendo 2 shots de Lao Lao (aguardente de arroz) que tive de beber não fosse eu passar por mal agradecido.
Tendo em conta que o dia ainda ia curto, foi uma sorte serem 2 e não 4 copos, como é tradição com outras etnias!


Mas o momento alto aconteceu a poucos quilometros da partida. Encontrava a primeira aldeia, à saida da qual encontro uma escola. Ainda me estou a aproximar quando ouço “Sabaidii, Sabaidii” e vejo duas pequenotas a correr na minha direcção.
O número de crianças aumentaria progressivamente e três minutos depois já era superior a uma dezena. Muitos sorrisos, Sabaidiis de parte a parte e risos e excitação ao verem as fotos que acabava de lhes tirar.
Geralmente as saudações aos “farangs” (estrangeiros) são calorosas mas respeitosas e não envolvem contacto físico pelo que resolvi cumprimentar algumas crianças com aperto de mão para diminuir essa distância. Eis que ao me debruçar para ficar mais próximo me começam a tocar na cara. Inesperado e surpreendido, nunca me tinha acontecido. Dezenas de pequenas mão tocavam-me na cara e os protagonistas riam-se deliciados.
Questionava-me o porquê desta atitude até que percebi – a barba! Não fazia a barba há uns 5 dias e barba rija é algo que geralmente os Asiáticos não têm (sortudos!).
Depois, cada um deles, correu a buscar flores para me oferecer.
Comovido voltei à minha bike para seguir viagem ao passo que eles regressariam à escola debaixo do olhar reprovador da professora, que tinha visto meia turma deixar a aula correndo em direcção à estrada.





Sem comentários:

Enviar um comentário