Quem me dera saber escrever assim :)
«Segundo a tão sábia tradição chinesa, tudo tem um lado ying e um lado yang. Representam a dualidade, o verso e o reverso, o preto e o branco…E é do equilíbrio dinâmico entre o ying e o yang que surge a mudança, aquilo que faz mover o mundo. Dois elementos opostos, que se tornam mais fortes juntos…
Também numa viagem, o mesmo se passa. Não há verso sem reverso… Numa viagem, despertamos de novo, mergulhamos em sentimentos tão fortes que se tornam incontroláveis, avassaladores. A magia do desconhecido seduz-nos e transforma-nos. E vamos desvendando os segredos de cada cultura única, que nos toca profundamente como se fizesse parte de nós desde sempre. Sentimos, experimentamos, vivemos aquilo a que nos propomos. Testemunhamos a força e o mistério da diversidade do mundo, do qual fazemos parte, mas insistimos frequentemente em esquecer…Descobrimos formas diferentes de viver. O que nos faz pensar e repensar os nossos valores. E duvidar das nossas certezas. Então, conseguimos chegar ainda mais longe, onde só chega quem não tem medo de se perder… Sentimos intensamente aquilo que nem imaginávamos que existisse. Morremos e nascemos de novo…
Mas numa viagem, há também momentos menos encantadores…O lado Yang (ou Ying, não sei bem!). De tudo, talvez o mais difícil seja a saudade. Não do que fica quando partimos…porque de novo nos espera, de forma quase intocável quando voltarmos… mas do que vai ficando para trás, em cada paragem que fazemos. Um vazio que não se preenche. Estar sempre a dizer adeus... Aos locais que nos marcam. E às marcas que vamos deixando! Aos aromas, cores e sabores. Ao sorriso de alguém que passa por nós naquela rua… Aos olhares partilhados que escondem a magia de empatias que não se explicam. Aos momentos que nos fazem perder o chão! E tudo isto…sem a certeza de um dia poder voltar…
Resta-nos aquilo que nos torna únicos, especiais, incomparáveis. A força da nossa memória. O poder que cada vivência têm, de nos enriquecer mais um pouco. Do que passou a fazer parte de nós, mesmo sem darmos conta disso. Porque isso sim, é eterno. E são estas as mais puras e autênticas marcas da nossa vida. Aquelas que ficam em nós, quando todas as outras desaparecem...»
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