quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bangkok

Bangkok foi a minha porta de entrada na Ásia na primeira, e ainda única, vez que estive naquele continente.
O impacto é enorme. Quem, como eu, tem em BKK a sua estreia em metrópoles asiáticas tende a ter uma má primeira impressão.
Desde que saímos do aeroporto até que 'aterramos' na cidade começamos por reparar no ambiente quente, húmido e saturado, a poluição, a confusão, os cheiros, algumas zonas urbanas feias e negligenciadas...

Mas depois vem a fase de absorção, compreensão e descoberta do que a cidade na realidade é e tem para se ver e viver. E a partir daí o sentimento muda completamente. O que era detestável passa a apaixonante.
Como se costuma dizer, primeiro estranha-se e depois entranha-se.



Apesar de conhecida mundialmente como Bangkok o nome não é exacto. O nome exacto como é chamada pelos Tailandeses é "Krung Thep Maha Nakhon".
Bangkok, uma cidade na margem esqueda do Rio Chao Praya, tornou-se capital do Reino do Sião (actual Tailândia) por contingência depois do declínio das suas predecessoras Sukhothai e Ayutthaya, conquistadas pelo eterno inimigo - a Birmânia.
No entanto, em 1782, O Rei Rama I decidiu mover a capital para a outra margem do rio, numa posição mais defensiva em relação a possíveis ataques Birmaneses, e construir uma cidade auspiciosa à imagem do que tinha sido Ayutthaya.
Áquela cidade, que se mantém até hoje como capital, o Rei deu o nome de "Krung Thep Mahanakhon Amon Rattanakosin Mahinthara Ayuthaya Mahadilok Phop Noppharat Ratchathani Burirom Udomratchaniwet Mahasathan Amon Piman Awatan Sathit Sakkathattiya Witsanukam Prasit".
Por razões óbvias usa-se o nome resumido "Krung Thep Maha Nakhon" ou mesmo "Krung Thep", que significa cidade dos Anjos.



Mas "Krung Thep" não têm nada de angelical. É uma cidade que vive em frenesim constante, que fervilha como se estivesse num wok.
O trânsito está engarrafado 24 horas por dia e as famosas tuk-tuk, que existem aos milhares, serpenteiam entre os demais veículos. Entre eles os autocarros multi decorados, pintados de cores garridas e cheios de luzes coloridos no interior e os táxis pintados de fluorescente em amarelo, verde, azul ou rosa.



Fora da estrada, quando olhamos por cima das cabeças à nossa volta, vemos pessoas até perder de vista. Não é difícil de compreender havendo 8 milhões de habitantes e gostando os Tailandeses de andar ao livre, conviver e viver a sua cidade.
No entanto, entramos num parque ou complexo de templos e somos dominados por uma paz imensa como se de repente fossemos teletransportados para algum remoto retiro espiritual.



Os templos e palácios são fascinantes na forma e conteúdo. A sua arquitectura típica e extraordinária, as imagens de Buda e demais estátuas, os devotos e a extensa palete de cores com predominância do dourado e da cor de açafrão, que também veste os seus monges que por ali vagueiam.




E falta falar nos mercados. Bangkok está repleta de mercados diurnos e nocturnos. Aliás, quando anoitece acontece o fenómeno de surgirem mercados como cogumelos por todo o lado, em ruas perfeitamente normais. Há mercados para todos os gostos, os mais turísticos, os mais tradicionais, os de imitações, os de roupa, os de calçado, os de animais, os de flores... Nos arredores da cidade podemos encontrar ainda os mercados flutuantes onde se transaccionam frutas, legumes e vegetais.



Por todo o lado há também as inevitáveis bancas de comida. Devem ser milhares espalhadas por toda a cidade. Para os Tailandeses comer é um prazer e não há horas pré-definidas para o fazer, come-se quando há fome. Por isso recorrem constantemente a estes autênticos restaurantes ambulantes onde todos os ingredientes estão à disposição e a comida é cozinhada na hora num wok.



O olfacto também não passa indiferente a Bangkok. No ar circulam cheiros intensos de comida, incenso e flores.

Esta é uma cidade de contrastes por excelência.
Os arranha céus vivem lado a lado com casas de 1 ou 2 andares, o edifícios modernos com os templos e casas tradicionais, a vivência de uma metrópole com os costumes ancestrais, o frenesim com a paz dos parques e templos.



E é uma cidade imensa com inúmeras coisas para se ver e fazer. Estive lá cerca de 3 dias e fiquei com a nítida sensação de que não conheço nem 1 por cento daquela cidade.

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