quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Guilin e Longji

Em viagem, Asia 2012-13/Semana 5

 

A próxima etapa na minha viagem seriam os arrozais de Longji, conhecidos internacionalmente pelo nome "Dragon backbone rice terraces".

Na impossibilidade de seguir directamente a partir de Yangshuo acabei por passar 1 dia em Guilin.

Muita gente acaba por passar aqui uns dias mas sinceramente é tempo perdido. A cidade tem a sua piada e alguns montes de formação rochosas mas em comparação com Yangshuo é muito menos interessante. Para além disso parar ter vistas decentes é necessário entrar em parques e o preço dos bilhetes é completamente desproporcionado. Em Yangshuo o efeito visual é incomparavelmente mais bonito e as melhores vistas custam apenas o aluguer de uma bicicleta.

De qualquer modo é um bom sitio para quem não quer fazer muito e, nesse caso, recomendo estadia na guesthouse River Side.

 

 

A partida para arrozais fez-se na manha seguinte num mini bus que sai da estação de comboios para Dazhai, parando em He Ping compra do bilhete de acesso. Sim, welcome to China onde absolutamente tudo se paga...

Despejado em Dazhai, à entrada dos arrozais que é uma área enorme, eu e uns 4 casais olhavamos em redor com uma expressão de "now what?". A informação dos guias de viagem é muito parca em relação a este lugar.

Bem, pelo menos tinha reservado um quarto numa guesthouse em Tiao Tou e juntamente com um casal Espanhol/Colombiano fiz a caminhada de 40 minutos montanha acima tendo um primeiro contacto com os arrozais.

Uma vez estabelecido e almoçado e super-simpática e prestavel dona da guesthouse desenhou-me um mapa com os caminhos e principais miradouros que, de modo a facilitar a comunicação dos locais com os visitantes, convenientemente estão numerados como "point number 1, 2 and 3".

Nessa tarde uma caminhada de 3h de Tiao Tou para o point #1 e #3 onde o por do sol é mais bonito. Na manhã seguinte, nascer do sol no point #1 e visita ao #2.

Depois do pequeno almoço, caminhada de umas 4h até Ping An.

As vistas de qualquer ponto em redor de Tiao Tou são verdadeiramente extraordinárias. É possivel constatar que todas as montanhas em redor foram recortadas em forma de terraços de plantação de arroz. Esta não foi, contudo, a melhor altura do ano para os visitar pois foi logo após a colheita e os terraços estavam algo despidos.

Mas estes terraços são conhecidos por oferecerem diferentes panoramas durante as várias estações do ano. Durante a estação das chuvas estão cobertos de água tornando-se espelhos que refletem o céu e as montanhas, na primavera o verde resplandecente, antes da colheita reluzem em dourado e durante o inverno ficam brancos com a cor da neve.

 

 

O trekking até Ping An não é nada do outro mundo - isto se o compararmos com as vistas em redor de TiaoTou - mas atravessa algumas paisagens dignas de serem vistas e cruza ainda uma aldeia da étnia Miao.

Já chegados a Ping An voltamos a ter 2 ou 3 miradouros de onde se presenciam belos cenários. A partir de um deles, dizem que os montes e arrozais se assemelham às costas serpenteantes de 9 dragões. Daí o nome "Dragon Backbone". É bonito, de facto, mas é preciso ter a imaginação um pouco apurada para lá chegar, digo eu...

 

 

De Ping An apanhamos o último autocarro de regresso a Guilin.

 

Algumas dicas:

Ping An é muito mais turistica que Tiao Tou. Proliferam guesthouses, restaurantes e o destino das tours de um dia.

Para potenciais interessados em fazer esta visita, que aliás recomendo vivamente, aconselho a fazer o mesmo trajecto que eu fiz. Apesar de um pouco desnorteado à partida, revelou-se ser a melhor forma de apreciar os Longji TiTian.

Para os que tenham menos tempo recomendo de qualquer forma pernoitar em Tiao Tou mas, em vez de fazer o percurso até Ping An, apanhar o primeiro autocarro de DaZhai para Guilin.

Tiao Tou fica em plena montanha do lado de Dazhai, não havendo qualquer transporte até lá, é apenas acessivel a pé. Pernoitar em DaZhai não tem qualquer vantagem uma vez que fica na base da montanha e mais afastada dos pontos de interesse.

A guesthouse em que fiquei chama-se Jīntián, a dona é a pessoa mais simpatica deste mundo e ligando antecipadamente pode dar uma preciosa ajuda quanto ao transporte desde Guilin. Contudo, em Tiao Tou, há diversas alternativas equivalentes.

O preço de um quarto é cerca de 100 RMB e o bilhete de acesso são 80 RMB.

 

Guiin, Yangshuo e a área de Longji TiTian ficam localizados na provincia de Guanxi, na China.

 

 

Yangshuo

Em viagem, Asia 2012-13/Semana 4

 

Deixei Hong Kong em direcção ao Sul da China com um misto de saudade dos lugares que deixava pra trás, incerteza pois previa mais dificuldades do que nas grandes cidades onde tinha estado até então e excitação pois ia ao encontro dos lugares que estavam no meu imaginário.

Fazer o Sul da China de Este para Oeste acabou por se revelar uma viagem fantástica, sem nunca defraudar as espectativas e sem difuculdades relevantes, de modo que apenas o sentimento de excitação permaneceria à medida que a viagem decorria.

 

Em Hong Kong apanhei o metro até à fronteira com a mainland China. Aí, depois de passar as formalidades fronteiriças, estaria imediatamente em Shengzen. Dois minutos de caminhada à frente e encontrei a enorme estação de autocarros e não menos enorme estação de comboios de onde parti no comboio nocturno para Guilin.

Seria a minha terceira viagem nocturna de comboio. Para quem quer evitar os aviões, viajar em “sleeper class” é sem duvida uma excelente forma de enfrentar longas distancias.

 

Cheguei a Guilin de manhã cedo, sendo que a minha intenção era seguir imediatamente para Yangshuo. Acabei por fazê-lo numa espécide de tour que combina a maior parte da distancia de autocarro com percursos de barco nas partes mais bonitas do rio Yulong.

Se o percurso de barco é absolutamente magnifico, o trajecto de autocarro também atravessa lugares extramemente bonitos já que à medida que nos aproximamos de Yangshuo a densidade de montes em redor aumenta exponencialmente.

 

 

À partida para a minha viagem, se tivesse que escolher apenas um local a visitar na China, Yangshuo seria a minha escolha.

Receei que as expectativas estivessem demasiado elevadas e que por isso não fossem alcançadas mas isso nunca aconteceu.

 

O centro da pequena cidade de Yanshuo é extremamente movimentado, particularmente a West Street, especialmente por turistas Chineses e em feriados e fins de semana.

Sendo assim é uma zona onde é muito fácil encontrar bons e diferentes tipos de locais para comer, beber um copo ou fazer as compras necessárias do dia a dia mas no que diz respeito a estadia e passeios recomenda-se uma certa distância.

Uns 4 dias não foram muito tempo para explorar a zona. Para além do dia da vinda e passeios de barco, outro com pequenas caminhadas e algum relaxe imposto por chuva intensa, 2 dias foram dedicados a explorar a envolvente de bicicleta.

Escolhi seguir as margens dos rios Yi e Yulong com alguns desvios aqui e ali. À medida que nos afastamos do centro a concentração de turistas diminui gradualmente e em alguns trajectos é possivel ter apenas a companhia do rio de das deslumbrantes montanhas em redor.

 

 

Algumas Dicas:

Para quem viajar “on a budget” mas com exigencia de um certo conforto a Senior Leader Youth Hostel é uma boa opção. Paguei 100 RMB com o cartão da YHA, o aluguer de bicicletas é muito barato e fica numa rua calma pertissimo do centro. O staff é bastante prestável.

A parte do rio considerada mais bonita para fazer de barco é entre YiangDi e XinPing. Em alternativa à tour que fiz de autocarro + barco, a opção DIY (do it yourself) e de melhor aproveitar a região será ir de autocarro de Guilin até XinPing, pernoitar e explorar a envolvente e só depois seguir para Yangshuo. Era o que eu faria se tivesse tido mais informação à partida...

 

 

 

Hospitalidade Chinesa

Em viagem, Asia 2012-13/Semana 5

A minha viagem despoletou-se mais rapidamente do que eu esperava e iniciou-se logo a seguir a um projecto em Timor de modo que não tive tempo de fazer grandes preparações.
Na China acabei por me guiar por “pins” que fui colocando no mapa nos ultimos anos sempre que via imagens de um sitio que me encantasse e seguir um rascunho de percurso que tinha elaborado meses antes quando estava no processo de decisão se havia de largar tudo e embarcar nesta aventura ou não.
ZhangJiaJie vinha a seguir. Ainda pensei duas vezes pois o trajecto ia ser um pouco penoso mas dois tipos que conheci em YangShuo vinham de lá e disseram-me “definitivamente tens de lá ir”. E assim, bem mandado que sou, fiz-me ao caminho.

A primeira parte do trajecto implicava ir de comboio até LiouZhou. Estando a zero sobre o meu próximo destino, “no caminho preparo-me melhor pondo a leitura do Lonely Planet em dia” pensei. Mas encontrado o meu lugar no comboio sento-me ao lado de uma jovem super simpática que ficou excitadissima por me ver. “És o primeiro estrangeiro com quem me cruzo no comboio” disse-me ela. Depois das perguntas iniciais da praxe a conversa foi sempre desenrolando. Fez questão de me ir ensinando uma série de novas palavras em Chinês e oferecer fruta continuamente. As 3 ou 4 horas passaram a correr. Sendo que ia a LiouZhou para visitar o namorado durante o fim de semana, acabei convidado para o casamento que, em principio, acontecerá no próximo ano. Aliás, eu é que me fiz de convidado mas a excitação foi tão grande que foi como se ela é que me tivesse convidado: “A sério? Queres ir ao meu casamento? Fico muito contente!”.

O segundo comboio ligaria LiouZhou a ZhangJiaJie durante a noite. Tendo bilhete de hard sleeper, partilharia o compartimento com 5 outros beliches.
Desta vez, os meus companheiros de viagem já tinham uma idade mais avançada e niveis de inglês muito inferiores mas a excitação não foi menor.
Num mix de Inglês com Chinês lá foi possivel ir mantendo uma comunicação.
E fazendo juz à hospitalidade Chinesa, à hora do pequeno almoço, lá fizeram questão de me atafulhar com comida. Uma espécie de pão muito compacto e sabor intenso e carne em conserva não é o meu ideal de pequeno almoço, mas aceitei com gratidão.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Sabaidii

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 12

De entre todas as linguas que conheço, Sabaidii é a forma de “Olá” que melhor soa aos meus ouvidos. E por isso, enquanto estou no Laos, gosto de a distribuir por todos os locais com quem me cruzo. E a melhor parte é que em 99% dos casos obtenho um Sabaidii de volta com um sorriso. Às vezes timido, outras vezes rasgado, mas sempre sincero.

Hoje, em Nong Khiaw, decidi alugar uma bicicleta e explorar alguns caminhos em redor desta povoação circundada por paisagens deslumbrantes.

Durante todo o dia atravessei diversas aldeias. A pacatez que geralmente se fazia sentir era sempre interrompida por crianças a correr na minha direcção saudando-me com diversos Sabaidii’s.


Numa outra a agitação era bem maior. Esta ficava mais recuada em relação à estrada em terra batida e junto à entrada, homens e mulheres ocupavam-se com os seus afazeres. Eu espreitava à distancia com curiosidade ao mesmo tempo que tentava perceber qual o nome da localidade escrito numa placa, acabando por não passar despercebido. Prontamente me fizeram sinal para me aproximar, o que fiz, e me deram as boas vindas oferecendo 2 shots de Lao Lao (aguardente de arroz) que tive de beber não fosse eu passar por mal agradecido.
Tendo em conta que o dia ainda ia curto, foi uma sorte serem 2 e não 4 copos, como é tradição com outras etnias!


Mas o momento alto aconteceu a poucos quilometros da partida. Encontrava a primeira aldeia, à saida da qual encontro uma escola. Ainda me estou a aproximar quando ouço “Sabaidii, Sabaidii” e vejo duas pequenotas a correr na minha direcção.
O número de crianças aumentaria progressivamente e três minutos depois já era superior a uma dezena. Muitos sorrisos, Sabaidiis de parte a parte e risos e excitação ao verem as fotos que acabava de lhes tirar.
Geralmente as saudações aos “farangs” (estrangeiros) são calorosas mas respeitosas e não envolvem contacto físico pelo que resolvi cumprimentar algumas crianças com aperto de mão para diminuir essa distância. Eis que ao me debruçar para ficar mais próximo me começam a tocar na cara. Inesperado e surpreendido, nunca me tinha acontecido. Dezenas de pequenas mão tocavam-me na cara e os protagonistas riam-se deliciados.
Questionava-me o porquê desta atitude até que percebi – a barba! Não fazia a barba há uns 5 dias e barba rija é algo que geralmente os Asiáticos não têm (sortudos!).
Depois, cada um deles, correu a buscar flores para me oferecer.
Comovido voltei à minha bike para seguir viagem ao passo que eles regressariam à escola debaixo do olhar reprovador da professora, que tinha visto meia turma deixar a aula correndo em direcção à estrada.





segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Hong Kong

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 4

Se me perguntarem que atractivos me levaram a ficar quase uma semana em Hong Kong terei um pouco de dificuldade em explicar...
Os pontos turísticos que vi como as grandes avenidas e arranha-céus do centro, as vistas mafgnificas desde o topode Victoria Peak, a imensa e agitadissima zona comercial Causeway Bay, a não menos interessante zona comercial de Koloon, as vistas do outro lado do rio sobre a skyline de HK, a imagem do grande Buda mais uma vila piscatoria na ilha de Lantau não ocupariam mais de uns 2 ou 3 dias bem planeados.
Contudo, fui ficando... Em Hong-Kong interessava-me mais ter a experiência de viver lá, nem que fosse por pouco tempo. Andar à deriva pelas ruas agitadissimas da zona centro,  sentir a pulsacao de uma das cidades mundiais mais desenvolvidas e viradas para o futuro, sair à noite e experimentar as diversas, abundantes e fabulosas ofertas gastronomicas que aqui se encontram.
Foi com muita pena que deixei todos os vícios da civilização desenvolvida mas tinha de ser, lugares mais atraentes e enriquecedores esperavam por mim e o orçamento agradeceu bastante...

Macau 2

Em Viagem, Asia 2012-13/Semana 3

À medida que nos dirigimos para sul do centro o panorama de Macau muda bastante.
No extremo da península, lado a lado com um lago rodeado por modernos arranha-céus que antecede 2 das 3 pontes que fazem a ligação às ilhas, convive um morro verdejante com a sua capela no topo, vivendas atraentes pelo caminho e uma bela pousada na base fazem lembrar o mais belo estilo Português.
Do lado de lá, na ilha da Taipa, à medida que vou para sul, começo por ver todas os representantes das cadeias internacionais de hotéis de 5 estrelas. Ainda antes de me questionar por que motivo se estabeleceriam aqui, reparo em grandes complexos de lojas tipo Chanel e afins e outros complexos enormes, não menos sofisticados, de divertimentos e casinos.
Sigo caminho e a envolvente vai ficando mais pacata, grandes edifícios mais espacados, menos construção em altura e mais espaços verdes. Até que chego ao extremo sul, à pequena vila de Coloane, parada no tempo. Não sei se alguma vez o foi, mas parece uma vila de pescadores dada a sua localização à beira-mar, casas terreas de pequena dimensão e construção modesta. Pequenos templos budistas convivem serenamente com a pequena, simples mas de certa forma encantadora igreja católica. Penso que foi a primeira igreja que vi em que realmente me senti confortável lá dentro pois ao invés de ser um local frio, como normalmente, era bastante acolhedora. Não muito grande em altura, sem imagens de pessoas cruxificadas, em sofrimento, e pinturas simples nas paredes: o azul do céu com alguns traços brancos das nuvens.
Voltando à realidade, à partida de ferry-boat para Hong Kong, perto do cais ve-se um grande complexo de diversão, uma espécie de Portugal dos pequeninos mas em versão aumentada, com réplicas de Veneza, Pirâmides do Egipto, Water Cubede Beijing, etc. Relembra assim aquilo que Macau é hoje em dia: um parque de diversões para Chineses e Hong Kongers!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

2 Meses!

Faz hoje 2 meses que aterrei em Beijing para iniciar a vinha maior viagem ou aventura ou experiência ou descoberta pessoal ou o que lhe possa chamar.
2 meses que passaram num piscar de olhos, parece que começou ontem. Sem quase dar por isso, talvez hipnotizado pelas, felizmente, fantásticas paisagens que vi, experiências que vivi e pessoas que conheci.

Beijing, Shanghai, Tongli,  Macau, Hong Kong,  Guilin,  Yangshuo, Dragons Backbone Rice Terraces,  Zhangjiajie,  Fenghuang,  Dali, Lijiang, Shangri-la, Feilai Si, Kunming, Chiang Mai e o Loy Krathong, Mae Rim e hoje em Pai.
A continuar assim depois de amanhã já acaba e eu não quero!!!